domingo, 23 de dezembro de 2012

Noctívago




Noite!
Amiga e dulcificante.
Eterna Noite!
Que se faz perpétua
Em minh'alma mortificada,
Que poetiza o bojo da fêmea
Senhora do paço real!

Noite!
Fria e Soturna,
Disseque o brio
Que oferto a ela,
Pois não tenho riquezas 
Para adornar o chão que pisa.

Noite!
Só tu sabes me falar,
Com quantos ela irá se deitar?
Neste sarau iluminado
Homens de posses a cortejam!
E eu? - sofro calado! 
Desfalecendo por amar,
Anelando que a morte
Venha me buscar,
Antes que a luz do dia
Toque a sombra,
Da minha existência.

Noite, Noite, Noite (...)
Tão longa - Mas tão curta.
Findando-se vai, aos poucos,
Com o trovar dos pássaros.
E contigo - Óh ingrata noite -
Se vão os nobres enamorados
Exaustos de tanto gozar.

Noite!
Lá se vai mia senhora
Acompanhada de um galante.
Tive a certeza de tê-lá amado a todo instante,
E tu? Óh Noite!
Agora foges com o romper da aurora;
Mas me leve contigo!

Pois (...)
Seu manto negro é meu abrigo,
Onde os devaneios e as aleivosias 
Me fazem pleno - Noctívago!

Nenhum comentário:

Postar um comentário