quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Relatos da eternidade




Não mais que um desprezo,
Apenas um gosto amargo feito fel
que saboreio em minha boca.

Lábios ressecados pelo frio que corta,
O beijo já não mais colhe o prazer,
Tem a dor, mas já conheceu o amor.

Devaneios que entorpecem minha mente,
Um olhar contra a luz que ofusca meus olhos,
Cegando o já obscuro e adormecido coração.

Entre paredes que me cercam e grades 
na janela, vivo fechado dentro dos meus
pesadelos que brotam em minha'lma como
feridas que jamais cicatrizarão.

Exposto pelo tempo, jogado e já quase esquecido
por aqueles que habitam em meus breves pesamentos,
Sou mais uma sombra que ganha vida em meio a escuridão.

Vi o meu destino ser ceifado pelas lâminas da traição,
Cortaram minha carne que sangrava em prantos,
Fui jogado no abismo destinado aos cruéis,
Paguei pelo crime que cometi: amar a quem não devia (...)

E hoje, vago pelo vale da eternidade,
Carregando comigo a doce lembrança da saudade,
Do meu último suspiro, de minhas últimas palavras
que clamaram por seu nome.

E ao fechar dos meus olhos cansados, num súbito clarão,
Vi seu rosto - Abracei a morte como a primeira vez que
a ti ofertei meus braços - e renasci mais uma vez:
- Sozinho, porém, sem as dores da vida.

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