Sou fruto do amor,
O belo que de tão austero,
Tornou-se homem racional.
Idealista fervoroso,
Hábil à transfigurar sonhos
em objetividades.
Acredito nas mentiras que digo a mim,
Pois, que amigo seria eu a mim se,
Perante as realidades penosas da vida,
Palpitasse falsas verdades que o mundo nos cria?
Não há ilusão mais leal se não aquela que nos leva
à razão de nossa existência - a conquista do nosso ideal.
O sol resplandece no sublime azul do firmamento,
Seu calor é a energia de minha'lma,
Raios de sabedoria!
Debaixo para cima tudo é tão formoso,
Um olhar profundo que converte mil imagens de esperanças.
Inquiro-me quais haveres terei de vencer neste campo que
há tanto tempo permaneço zelando por sementes infrutíferas?
No súbito silêncio, recordo-me de sábias palavras de um velho amigo de outrora,
"A glória é tanto mais tardia quanto mais duradoura há de ser,
porque todo fruto delicioso amadurece lentamente".
Acato minha missão, cultivarei com calmaria algo que plantei com dedicação,
Pois quando o céu se fechar e o límpido branco das nuvens se tingir do tom escuro das trevas,
Meu chão prosperará!
Com raios, trovões e tormentas assombrosas que anunciam a forte tempestade far-me-ei vitorioso.
O que seria de minha coragem se não fosse o medo de estar longe da luz do sol?
Supero este mau tempo com devoção,
Sob o solo deste mundo,
Jaz minha alma,
Que anseia por águas da vida!