NATUREZA MASCULINA

É natural que meu coração pulse, pois eu vivo!

É natural que meus olhos se encantem com a beleza,

Pois eu tenho desejos e admiro o que é belo!

É também tão natural, e próprio de minha natureza,

declarar amor a mulheres de cabelos longos e perfumosos,

Admirando suas curvas delicadas, dos pés a cabeça.

Prelúdio do mais caloroso prazer insidioso, não resisto!

Mergulho neste mar de mulher e a envolvo em meus braços;

Ama-la como nunca não significa que serei para sempre seu amante,

Muito pelo contrário, eternizo este momento com um beijo;

Sacio meu instinto lascivo a conquistando por um instante,

e nada mais (...)

Sei, que por mais que você se entregue a mim nestes segundos,

Deixando sua vida exposta em minhas mãos que a conduz,

Não posso permitir que o calor de seu corpo amoleça meu coração.

Sem ressentimentos, eu a deixo na certeza que a fiz feliz.

Pois, certo dia, aprendi com a minha amada solidão que, 

Em minha vida, tudo é efêmero; menos a REALIDADE!

O DESTINO DE UMA ROSA

Desfaleço-me (...)

Como as pétalas encarnadas desta rosa.

Que quando cultivada por mãos doces,

Exala seu perfume afrodisíaco.

Sua energia é vibrante, sua essência é o amor.

Simbolo do fogo sagrado,

Que arde em brasas no coração

Sob a égide de Vênus e Vesta.

Quisera eu que este fogo fosse eterno

E que as flores sempre nos adornassem.

Quisera eu que o ar que respiramos,

Quando nossos corpos estão entrelaçados, 

Envolvidos nas chamas do prazer, 

Fosse sempre à fragância do Desejo! 

Que cruel parece ser o destino de uma rosa,

Cuja beleza única é admirada por servos e reis,

Ultrapassando os limites do bem e do mau,

Ideal para todos os amantes (...)

Porém tocada pelas mãos ingratas de um aventureiro.

E confesso que sou como está delicada rosa,

Que brotaste pétalas mil a quem um dia amou,

E, hoje, murcha no vazio de seus galhos sem botões,

Restando-lhe apenas a companhia de seus espinhos.



(Poesia inspirada por Madame Tereza)

Quedas?

É fácil, para aqueles que vivem num mundo de ponta-cabeças, rir das quedas que acreditam terem aplicado no seu próximo. Mas saibam que, caso consigam derrubar alguém, este cairá de joelhos pronto para se levantar com suas próprias pernas.

No entanto, admoesto aos traiçoeiros, que vagam pelas trevas da vida, para que voltem os olhos para a sua própria realidade: vocês estão de ponta-cabeças, de pernas para o ar e com a face voltada para o chão. Ou seja, o que vocês enxergam, na verdade, não é a queda da humanidade, mas, sim, o seu Progresso!

Ah, traiçoeiros, que tens na mente senão o vazio de tua solidão acompanhada de teus demonios que foram criados por teus atos? Pois se pudessem caminhar com olhos sobranceiros, em uma face serena, como pessoas dignas pela estrada da vida veriam que todos nós caimos; porém, ao contrário de vocês, nossa queda é sempre para cima; e o nosso olhar é sempre para o Futuro!

Boêmio da Noite

De tanto amar o tempo que passei junto a ti
Aprendi a odiar a solidão que me acompanha em lembranças
Que carrego em meu peito dissecado pelas lâminas
Da tua ingratidão!

Vejo-me no reflexo desta água suja que corre pelas vielas,
O brilho da noite ilumina meu rosto e sigo
Descendo pelas escadas da vida,
Sem tropeçar na severa saudade.

Com passo moroso e olhar cabisbaixo,
Os boêmios me veem envolvido pela negra solidão,
Que me consola na soturna madrugada,
E comentam o meu vagar sem destino (...)

Bobagem, meus caros amigos!
Sou apenas um velho noctívago,
Que caminha em busca de abrigo
Nos braços daquela
Que é a minha inspiração.