PORTO SEGURO

A vida é um jogo de escolhas. E dentre tantas opções e caminhos a seguir optei por criar o meu universo, e fazê-lo amplo para proporcionar todo conforto e proteção àquela que viesse a juntar o seu destino ao meu.

O maior defeito do homem é ser Porto Seguro diante de um mar tão grandioso, e permitir que pequenas embarcações ali se atraquem. Elas não possuem força para enfrentar as tempestades, e buscam um breve refúgio. E, ao raiar do novo dia, se vão rumo ao horizonte incerto - para nunca mais voltar.

Compreendo que esta é a lei da vida. Fazemos as escolhas medindo as nossas necessidades momentâneas. É da natureza de toda embarcação se atracar nos portos apenas por um momento - aguardam o fim da tempestade e o momento certo em que a maré estará no seu ponto ideal para seguirem viagem, e se vão satisfeitos rumo ao infinito horizonte (...)

Entretanto, toda natureza pode ser adaptada a uma escolha. E sei que por mais forte que seja este espírito aventureiro, que sempre leva de mim os amores que aqui chegam e vão - Haverá aquela que escolherá fazer parte do meu porto!

Navegará na minha praia e em águas calmas, e eu estarei sempre por perto observando sua dança em meio as ondas, que desta vez não a levará de mim, pois você fez a sua escolha motivada pelo amor.

Nenhuma natureza, seja ela boa ou má, é maior do que a força do amor. E neste vai e vem dentre as ondas escaldantes, neste mar de sonhos e amores reais, você sempre estará em meus braços,
Pois sou o seu porto seguro (...)

Tranca Ruas das Sete Encruzilhadas

À calada da noite
é a morada do silêncio.
Onde todo pensar é descoberto
Antes mesmo que sejam ditos
E os sussurros calados a força
E que não ousem esboçar um grito
Mesmo que seja de loucura ou terror (...)

Pois nesta encruzilhada fiz o meu reino
Cujo os caminhos que ali se cruzam
Não levam a lugar algum senão a mim
O Senhor destes Quatro cantos de luz
À força maior que reina em Liberdade!

Por falar em renuncia (...)

Para se diferenciar dos demais, basta cumprir com o seu dever. Em meio a idolatria ao efêmero, na busca desmedida pelo prazer, terá existência real o homem que for capaz de materializar os seus ideais ante um mundo preconcebido de vícios e tentações.

EGO BELLATOR

"Mens sana in corpore sano.." 

Para se tornar um Guerreiro, basta empunhar uma Espada e entregar sua vida nos campos de batalha.

Para se tornar um Velho Guerreiro, é preciso antes aprender a dominar:

Os Desejos, renunciando aos prazeres efêmeros, ou seja, dispensáveis ao Caminho da Vitória;

A Pena, para que suas linhas revelem o momento certo para Desembainhar a Espada;

O Pensamento, pois a Sabedoria associada à Força, na hora do ataque, garantirá sua Vida e a Vitória!

Portanto, não importa o quão Feroz, Temido e Renomado foi um Guerreiro, para seus rivais em combate, se o mesmo não resistiu para receber os louros.

Para um Guerreiro bem treinado é mais Valoroso ter a Paciência de um monge, que a ferocidade de um Leão; é mais Valoroso ter o Respeito de quem o acompanha, que o Medo de todos; e é mais Valoroso não ser Reconhecido, que ser Afamado entre as fileiras inimigas. Pois a Previsibilidade de um Homem, nunca venceu Guerras!

REALIZAÇÃO

Passará tão rápido quanto a um suspiro

Será como abrir os olhos para a eternidade

Assim como o choro de um recém nascido

Que revela que a nossa vida é feita de escolhas

E cada uma com o ônus dos fardos da renuncia

Que de maneira solene fazemos em silêncio

Para podermos iniciar a nossa árdua caminhada

Em busca do Bem que renovará a nossa existência

Ao transportar minh'alma para o campo das ideias

Vejo-me essencialmente natural ao mundo real

Cuja a sensação de pureza se releva sutilmente

Transformando-me num jarro profundo e vazio

Porque sei que todo jarro cheio derrama o excesso

E hoje sou pleno na medida dos meus objetivos

Que encontram-se livres da velha forma idealizada

Devidamente prontos para serem realizados!

RECORDAÇÃO

Enquanto as águas rolam lá fora

Regando as rosas do meu jardim

Em lágrimas inundo meu coração

Anelando que a minha tristeza

Traga de volta o meu doce botão

Que numa bela manhã ensolarada 

Resolveu desabrochar para o céu

Criou asas e voou para eternidade

Deixando-me como sua lembrança

As profundas marcas da sua raiz

No fundo do meu Jardim Pulsante

Quisera eu ser um alegre beija-flor

Para que eu pudesse te-la beijado

No instante do seu desabrochar

Quisera eu voar como um beija-flor

Para adora-la como uma estrela

Na imensidão vazia do firmamento

Infeliz é o destino de um jardineiro

Que com maestria cultiva as rosas

Para serem roubadas por aventureiros

Pois delas não conhecem o valor sublime

Por isso usufruem apenas do seu perfume

Que alucina o extinto da fera desalmada

Ávida pelo calor da efêmera paixão

Àquela que arde por um único instante

Enquanto tudo que cultivei em uma Estação

Fora o suficiente para enraizar em meu peito

O verdadeiro sentimento de um homem

Que trancado neste quarto

PERGUNTA:

Porque permitiu que a tirassem de mim?

Sinto que tinhas vergonha do que sou

Pois o que sou? um simples obreiro

Entre os arquitetos? um pobre pedreiro

Nascido para amar - e não ser amado

E por isso sofro

Como um pássaro engaiolado

Que de longe pode vê-la

Murchando no lado esquerdo

Do bolso do seu amado

Quando em outrora

Fostes a mais bela Rosa 

Que enfeitou o lado esquerdo

Do meu nobre coração

Minha triste recordação (...)

POSSESSÃO

É do som estrondeante do trovão que eu preciso

Para entoar ritmo à sinfonia da minha loucura

É dos raios que rasgam o céu que eu preciso

Para que num súbito clarão eu enxergue o teu rosto

Perdido em meio as lembranças obscuras que guardo de ti

Como um fantasma que assombra uma criança inocente

Você me persegue ceifando os meus sonhos de amor

Pois quando penso em amar só me lembro do teu prazer

E em cada pele macia que eu toco não sinto o seu calor 

Apenas o frio em minhas mãos que alisam esculturas mórbidas

Que ganham vida no momento em que fecho os meus olhos

Permitindo que sua alma possua os corpos com que eu me deito

Para que eu possa usa-los sentido você!

Samba da Malandragem

Mulher,

você não merece nenhuma linha

dos meus versos,

quem dirá a minha rima

que eu faço sem perceber.

Mulher,

você me encantou de um certo jeito,

mas não atingiu o meu peito,

não foi amor,

foi tesão (...)

Mulher,

você que desfila com passos largos,

me estendeu a mão, ilusão do fracasso,

mas bom homem que sou,

Caminho no ritmo dos meus passos.

Mulher,

você pode não acreditar,

mas nesta prosa, vou confessar, 

que apesar de te deixar,

foi com você que aprendi amar!

Mulher,

você pode não entender,

mas no final, não rimei por você,

foi por força do hábito,

Ou do orgulho, ou tanto faz (...)

Tudo que é bom, tem que durar pouco

Mulher,
Perdoa este meu peito,
Pois o delírio deste insensato,
SUJEITO,
Foi não amar, e ser amado.

Mulher,
És parte do meu relicário,
Guardo páginas de ti,
no meu diário,
Que escrevia para não te esquecer..

Mulher,

Sei que te fiz de gato e sapato,

Um peixinho no meu aquário,

Que eu alimentava,

Só para me entreter.

Mulher,

Saiba que sou um nobre sujeito,

Que apesar de trata-la

Sem o Devido respeito,

Reconheço e peço perdão.

Mulher,

Estou temendo a minha velhice,

Por favor, 

Não é tolice!

Você é tudo o que eu tenho.

Mulher,

Você podia me deixar,

Mas pro meu espanto,

Me convida para irmos deitar,

Pois hoje vamos festejar!

Mulher,

Sinto, mas desta noite,

Não vou acordar,

Porque libertei o meu peito

Ao meu amor te confessar (...)

Mulher,

Teu choro passado agora é pranto,

Mas tudo que é bom,

Tem que durar pouco,

Sigo com a morte, felicidades!

Face oposta

O pior sentimento, que um homem pode receber de uma mulher, é a Inveja. Porque o Amor manifesta-se através dos frutos da Admiração; e o Ódio da vontade de possuir os frutos, sem desapegar-se do Orgulho e da Vaidade! 

FACE OCULTA

O que vedes não és quem sou

Senão o vulto de minh'alma

O que vedes não és quem sou

Senão uma sombra na escuridão

O que vedes não és quem sou

Senão aquilo que não te responde

O que não vedes não és quem sou

Pois sois a duvida a te atormentar

E se teus olhos invejam às incertezas

Digo-lhe que sois como o sol sempiterno

Cuja força dos raios é sentida por todos

Mas seu núcleo flamejante resguarda sua forma

Tornando-o a face oculta que brilha sem ser vista. 

(...)

O CHAMADO

Por mais que as pessoas não reconheçam os seus feitos em prol da evolução Moral, que exige muita Paciência, Resignação e, acima de tudo, a Fé daquele que opera  –

Saiba: elas o observam em silêncio e o entendem, porém, sem o compreender; por não encontrarem quais seriam os motivos que os levaram a não suportar a mesma fase de provação quando tiveram a oportunidade.

Sim, uma única oportunidade. Por que se esta for deixada uma vez de lado, jamais retornará. Não sem muito esforço, um esforço ainda maior do que teria sido empenhado, na primeira vez.

O esforço primário nunca é o maior dos esforços para realização das provas da vida.

 Os principiantes sempre os interpretam de maneira errônea porque lhes falta experiência, ou seja, a faculdade de poder observar com os olhos da razão o quão agraciado é aquele que é chamado para sua missão em tão tenra idade.

É natural a insegurança. É Natural que comparem sua vida com o mais pesado dos fardos carregado ao lombo do burro – porém  é preciso que a Natureza oculta da Fé fale mais alto para que a Resignação se transpareça aos poucos. Assim como o Sol paciente, que lentamente desponta no longínquo horizonte trazendo a renovação para mais um dia.

Por isso digo: todos os jovens são os escolhidos. Mas nem todos aceitam o seu chamado. Admoesto com a sabedoria de um jovem com a alma de um velho que, por muito nesta vida, observa a evolução e a degeneração da juventude: aceitem vossas missões com amor e dedicação!
Por que a dor sempre estará presente para nos fortalecer ainda mais.

Jovens guerreiros que partem a caminho de terras desconhecidas para honrar o seu Chamado – REGOZIJEM-SE – pois esta Guerra nada tem de criminosa. Vocês escolheram a Bandeira certa e a ela juraram Lealdade até suas ultimas consequências. Mas quê consequências?

Credes na Verdade, credes no Espírito de Liderança, credes na Vida! – a maior das consequências é sentida logo nos primeiros Dias, Meses e Anos de Batalha. É A SOLIDÃO EM FACE DO REPÚDIO QUE SOFRERÁS POR PARTE DAQUELES QUE O OBSERVAM DE LONGE – é a consequência terrena. Que tanto tem desvirtuado líderes promissores de sua Jornada.

 Não abandonem o campo de Batalha da Evolução Moral, bravos guerreiros. Não sejais desertores do chamado do Divino para um futuro promissor. Por que se desistirem, à volta para casa será com um peso ainda maior que aquele carrega nas costas para a lide.  Desta vez será na consciência – A Vergonha! O Remorso! 
(...)
Um pai sempre recebe  todos os filhos guerreiros que retornam para seu lar – vitoriosos ou não – de braços abertos, porém sua justiça é implacável, e nem todos receberão o trunfo em seu reino. Somente os que resistirem com fé e resignação terão o assento mais próximo ao Pai na hora do Banquete dos Guerreiros.

Portanto, quando as sombras da vida tentarem o envolver, quando as palavras ásperas forem proferidas em escárnio por aqueles que o invejam – digam-nos convictos: Você pode não me compreender, mas esta é minha Luta. E eu a vencerei!               



Dedicado para à amiga Leitora, Rita Ramos.

A ÁGUIA DO DESTINO

Quando faltava Sabedoria, sobrava Determinação; 

Quando faltava Luz, sobrava Coragem para caminhar na Escuridão;

Quando faltava Força, sobrava Vontade para continuar e Vencer;

Quando faltava Inspiração, em silêncio, aprendi a ouvir à Deus para compreender minhas Dificuldades (...)

E quando faltou uma Estrela, para indicar o caminho a seguir, Fiz-me SOL NASCENTE! 

E, assim, vagarosamente, com meus raios flamejantes fui surgindo por detrás da grande montanha. Enxerguei o meu caminho das alturas do templo celestial. O azul do firmamento resplandecia mil imagens que formavam o Colosso Futuro de um homem forjado para Batalha, e preparado para superar-se! 

Como uma Águia sobranceira, hoje, sobrevoo a estrada do meu Destino. E as montanhas que tocam o céu, e que cruzam e dificultam o caminho dos bravos aventureiros terrestres, tornaram-se mera paisagem representativa aos olhos desta Águia - que plaina sobre os campos, sobre os vales e desfiladeiros desta vida - sendo o seu próprio Senhor, deste Sagrado Destino!

Descaminho

Os boêmios se embriagam, com suas prosas e poesias, e vagam pela noite a cortejar à amada luz da Escuridão, desta rua calma, silenciosa e fria. Quimera de homens desafortunados, e malgrado a esta realidade fática, vislumbram-se com o doce toque da noite, que os tornam eternos noctívagos. E neste vazio efêmero, as esquinas soturnas faz morada aos seus desassossegos, e os trazem lembranças de outrora. Unidos por uma única causa, e desgraçados pelo o amor, relembram do tempo em que possuíam uma ingrata que era a razão de seu viver. Lamentam e sustentam uns aos outros, com a experiência que a vida embaraçada lhes deu. E se não fosse a saudade, jamais se recordariam de um alguém que carregam no peito, com tanto pesar. Se ontem tiveram o brilho de uma rosa, que exalou perfumes e lhes deram o merecido carinho; Hoje elas se encontram murchas e sem vida, por conta da insídia traição, que é a causa do vagar sem destino, destes nobres homens, em meio as vielas do descaminho (...)

O Guardião da Meia Noite

Fez-se noite ao raiar do dia!

E as trevas que me envolviam

Ascenderam-se aos céus.

Acalorou-me com um doce Luar,

Que soprava uma brisa fria.

Fez-se noite ao raiar do dia!

E meu amanhecer tornou-se um

eterno despertar para vida.

As luzes ganharam mais importância,

Quando a escuridão da MEIA NOITE

Assumiu a luz do Meio dia.

Fez-se noite ao raiar do dia!

E os pássaros puseram-se silentes.

Trocaram as suas alegres e calorosas,

Notas de canções matutinas,

Pelo gorjear, tristonho e profundo,

Ao cair da noite sempiterna.

Fez-se noite ao raiar do dia!

E quem era presa, por natureza,

Teve seu fim certo nos primeiros

minutos do abraçar da escuridão.

E o nato predador, nunca mais dormiu [...]

Pois num reino habitado apenas por feras,

Qualquer predador torna-se presa de outro.

E em meio a esta natureza selvagem,

Onde Lobos devoram Lobos, pois a Lebre,

Já não mais existe - Forte será aquele que sobreviver;

E, poderoso, aquele que souber adaptar-se!

Caminho ao lado da luz, sendo a minha própria luz;

Caminho ao lado da Justiça, aplicando-a por força da Lei Maior;

Caminho ao lado do Bem, sendo ele em si!

Com excelência aprendi a dominar à essência da escuridão.

Tão bem, que obtive meus poderes a título de merecimento!

E, hoje, faço parte desta Força que alumia as almas racionais.

Sou Parte;

Sou Meio;

Sou o Bem, e o Mau - O lado Extremo da Força;

Sou o Tudo, e o Nada;

Sou a Vida, e a Morte;

O Princípio e o Fim desta Eternidade.

Eu sou: O Guardião da Meia Noite!

- a Luz Oculta da Sabedoria!

Leitor da Vida

Caro leitor, não estranhe o mundo por não estar enxengando-o por detrás de um bom livro; saiba que, após ter compreendido a essência do teu caminho, é necessário fazer as escolhas e colocar todo o teu conhecimento em prova. Portanto, não te assuste que teus dias sejam mais dialético prosaico, que aqueles perduráveis e silenciosos dias de reflexão e aprendizado. Supere esta tua cisma excertando os fragmentos da tua sabedoria; levai luz onde há escuridão - e o tempo lhe dirá quando será, novamente, o momento para que você silencie-se e ouça as novas palavras de Deus, que ditará qual será tua missão.

Parafraseando a Filosofia Chinesa

Não que meus olhos sejam impassíveis, pois também partilho de uma dor em comum, quando diante de um alguém que se afoga à margem do Rio que também devo cruzar. Por mais que ela clame por socorro e seu desespero aumente a minha aflição e desejo por salva-la daquele martírio, não posso interferir em seu destino fático.

Sei que todo ser humano tem o seu tempo para adaptar-se ao mundo selvagem em que vivemos, superando, assim, todas as adversidades que terão de encontrar no futuro, por meio de seus esforços práticos no momento apropriado para se adquirir o aprendizado.

Portanto, não me sinto um animal insensível em não oferecer meu braço àquela pobre alma que agoniza submersa à água; pois este é o destino certo para todos os que não aprenderam, desde o início, que viver é sofrer! 

Ajo pela razão e espero a minha vez; me contento com a pequena margem segura que ampara meus pés em solo firme. Pois, aqui, sou senhor do meu destino, enquanto não tenho o potencial para cruzar o Rio da vida. 

Lanço-me conforme minhas forças. Lançai tu, também, conforme as tuas!

ENCANTO

De uma mulher, o homem espera receber apenas um olhar discreto. Aquele que o enxerga sem transparecer o que ela pensa naquele momento; Aquele olhar que insiste em se esconder em sua travessa timidez que, no final, termina com uma leve passada de mãos nos cabelos, e um suspiro (...)

Parabéns, ela está encantada! 

NATUREZA MASCULINA

É natural que meu coração pulse, pois eu vivo!

É natural que meus olhos se encantem com a beleza,

Pois eu tenho desejos e admiro o que é belo!

É também tão natural, e próprio de minha natureza,

declarar amor a mulheres de cabelos longos e perfumosos,

Admirando suas curvas delicadas, dos pés a cabeça.

Prelúdio do mais caloroso prazer insidioso, não resisto!

Mergulho neste mar de mulher e a envolvo em meus braços;

Ama-la como nunca não significa que serei para sempre seu amante,

Muito pelo contrário, eternizo este momento com um beijo;

Sacio meu instinto lascivo a conquistando por um instante,

e nada mais (...)

Sei, que por mais que você se entregue a mim nestes segundos,

Deixando sua vida exposta em minhas mãos que a conduz,

Não posso permitir que o calor de seu corpo amoleça meu coração.

Sem ressentimentos, eu a deixo na certeza que a fiz feliz.

Pois, certo dia, aprendi com a minha amada solidão que, 

Em minha vida, tudo é efêmero; menos a REALIDADE!

O DESTINO DE UMA ROSA

Desfaleço-me (...)

Como as pétalas encarnadas desta rosa.

Que quando cultivada por mãos doces,

Exala seu perfume afrodisíaco.

Sua energia é vibrante, sua essência é o amor.

Simbolo do fogo sagrado,

Que arde em brasas no coração

Sob a égide de Vênus e Vesta.

Quisera eu que este fogo fosse eterno

E que as flores sempre nos adornassem.

Quisera eu que o ar que respiramos,

Quando nossos corpos estão entrelaçados, 

Envolvidos nas chamas do prazer, 

Fosse sempre à fragância do Desejo! 

Que cruel parece ser o destino de uma rosa,

Cuja beleza única é admirada por servos e reis,

Ultrapassando os limites do bem e do mau,

Ideal para todos os amantes (...)

Porém tocada pelas mãos ingratas de um aventureiro.

E confesso que sou como está delicada rosa,

Que brotaste pétalas mil a quem um dia amou,

E, hoje, murcha no vazio de seus galhos sem botões,

Restando-lhe apenas a companhia de seus espinhos.



(Poesia inspirada por Madame Tereza)

Quedas?

É fácil, para aqueles que vivem num mundo de ponta-cabeças, rir das quedas que acreditam terem aplicado no seu próximo. Mas saibam que, caso consigam derrubar alguém, este cairá de joelhos pronto para se levantar com suas próprias pernas.

No entanto, admoesto aos traiçoeiros, que vagam pelas trevas da vida, para que voltem os olhos para a sua própria realidade: vocês estão de ponta-cabeças, de pernas para o ar e com a face voltada para o chão. Ou seja, o que vocês enxergam, na verdade, não é a queda da humanidade, mas, sim, o seu Progresso!

Ah, traiçoeiros, que tens na mente senão o vazio de tua solidão acompanhada de teus demonios que foram criados por teus atos? Pois se pudessem caminhar com olhos sobranceiros, em uma face serena, como pessoas dignas pela estrada da vida veriam que todos nós caimos; porém, ao contrário de vocês, nossa queda é sempre para cima; e o nosso olhar é sempre para o Futuro!

Boêmio da Noite

De tanto amar o tempo que passei junto a ti
Aprendi a odiar a solidão que me acompanha em lembranças
Que carrego em meu peito dissecado pelas lâminas
Da tua ingratidão!

Vejo-me no reflexo desta água suja que corre pelas vielas,
O brilho da noite ilumina meu rosto e sigo
Descendo pelas escadas da vida,
Sem tropeçar na severa saudade.

Com passo moroso e olhar cabisbaixo,
Os boêmios me veem envolvido pela negra solidão,
Que me consola na soturna madrugada,
E comentam o meu vagar sem destino (...)

Bobagem, meus caros amigos!
Sou apenas um velho noctívago,
Que caminha em busca de abrigo
Nos braços daquela
Que é a minha inspiração.

A verdadeira igualdade

Entre homens, erradicar a desigualdade absoluta entre as riquezas é impossível. Porém, devemos elevar nosso olhar por sobre a densa camada materialista e compreender que, para uma relação social harmônica e justa, não é preciso equidade material, mas sim, MORAL!

De acordo com o equilíbrio natural do universo, haverá espaço para todos colocarem em prática as suas potencialidades e superar suas dificuldades. Sendo que, de acordo com o que praticarem dentro dos seus limites pelo seu próximo, será o que lhe será ensinado e feito para suprir o lhe falta - na mesma medida e proporção.

O mundo desde seu início é movido pela comunicação. E quando a razão humana superar suas paixões, superaremos o mal do século de toda uma nação: o egoísmo seguido da depressão, que acompanha a triste solidão que reluz em ouro.

A verdadeira Força

O fraco que apresenta-se forte aos olhos da sociedade; O forte que apresenta-se fraco aos olhos da sociedade. Compreenda a natureza da humildade e da resignação desvencilhando-se das amarras do orgulho, da vaidade e da prepotência animal, e verás quem és forte o suficiente para suportar a todas as tentações do mundo.

Ideal

O ideal de um Homem nasce na Mente e adormece no Coração. E enquanto este pulsar, aquele viverá cumprindo com o seu dever; esteja ele onde estiver!

Do mundo como Vontade

O vazio do mundo motiva-me sacrificar a arte e a filosofia. Empurro-nas ao abismo de minha alma, numa quenda sem fim; transformo-me num imortal por fazer de minha vontade a conduta do meu mundo. O poder de autogoverno é o dom de controlar os desejos contidos na atmosfera que respiramos. Abdicando às paixões eregimos-nos sobre à vaidade e o orgulho - chagas da humanidade - remediáveis com altas doses de resignação aplicadas ao que o mundo tem a nos oferecer ante a nossa vontade: o vazio em companhia das sombras da humanidade.

O Guerreiro

Os homens pérfidos não questionam a paz. Eles a tem como um Direito. Vivem-na intensamente cercados de gozos e prazeres mundanos  -  próprios do extase que os levam ao delírio da extrema sensação da paz que fantasiam.

Pobres homens sem espírito que, na primeira ameaça de terror, estremecem-se, acovardam-se em meio as sombras da covardia, e perguntam-se: "por quê?"
Oh, raça humana, que tempos precisarás para evoluirem como poucos dos teus?

Quisera o mundo ser agraciado  com uma sociedade guerreira, natural de Homens Bravos que, num primeiro sinal de desordem ferem-na com fervor, restabelecendo a breve paz - aquela mesma aparente paz eterna sentida pelos pérfidos mundanos que desconhecem a origem de tudo.

O Guerreiro não questiona o seu destino, ele o abraça seja qual for; pois reconhece que tudo nesta vida inicia-se como uma obrigação e, por conseguinte, o final, ele o fará em cada batalha travada!

O Guerreiro não questiona o "por quê" da guerra, mas sim por que há paz sem uma Guerra a priori travada para mante-la. Sabe ele, muito bem, que a paz é um bem a ser atingido; e não sem muito esforço.

Quando se pega em um longo período de tédio, ou seja, a paz em seu ápice - pergunta aos céus: "Deus, quando ei de lutar novamente?" - E como se recebesse um chamado divino, levanta-se, veste-se com a sua melhor armadura, afia sua lâmina de combate e lá está ele - Pronto para viver eternamente. Como sempre esteve!

O que diferencia a classe Guerreira dos homens comuns é que enquanto os primeiros se preparam para uma Guerra eterna, os segundos sonham em viver uma paz eterna sem lutar por ela. Em verdade, digo: Nenhum dos dois vivem eternamente, porém o guerreiro eterniza seu nome nos campos de batalha; o homem comum, por sua vez, eterniza seu nome em lápides comuns que os identificam com o nome que lhe fora dado ao nascimento.

Quando perguntarem o nome do Guerreiro, a resposta não terão. Este não se apega a identificações ou títulos fúteis que não os elevam acima das camadas obscuras do mundo que nascera para lutar. O Guerreiro segue pelo mundo como um indigente - sem nome, sem casa e sem parada aos olhos daqueles que gozam da "paz eterna" em conforto e prazer.

Se queres saber quem és Guerreiro e onde ele vive - abra teus olhos para o além vida. Olhai para o horizonte escuro e trevoso, em meio a densa noite sempiterna - acordei neste com teus olhos neste momento que vos digo, homens pérfidos - antes mesmo do romper da aurora e verás a verdade da vida, o horror do massacre de um campo de batalha. Assim, tu, esnobe comum, verás o por que teu sol se põe a nascer no longinquo horizonte todos os dias, e assim será pela eternidade, pois enquanto tu dormes há uma imensa Legião de bravos homens que defendem teu mundo para que tu possas sentirdes um fio de paz em tua efêmera vida.

Se quiserdes fazer a diferença, sejai tu também um Guerreiro! junte-se a Legião com teus incansáveis irmãos. Use tuas pernas para marchar em prol do progresso, ao invés de arrastejar-se no repouso da tua covardia. Saiba que, para teus irmãos guerreiros, o repouso é a Batalha, e a vida é a guerra. E somente haverá continuidade da vida enquanto existir Guerreiros de Cristo enviados para sacrificarem a sua vida por um ideal maior: a manutenção diária da paz social!

Transtorno Bipolar

Como não amar as mulheres?

Se elas me enlouquecem!

Horas depois,

Me aborrecem,

Me entorpecem

E me fazem feliz!

Ah, mulheres [...]

Enquanto me seduzem,

Eu as defino:

Meu excitante transtorno Bipolar.

Vagalume

Para preencher a vacuidade obscura da noite,

Recolho-me no silêncio de minha'lma;

Onde a paz perpetua-se tão livre quanto o vazio

deste céu de nuvens negras sem estrelas.

O meu simples olhar errante me confunde;

Ante a imagem que vejo, em face daquilo que desejo

e conheço, mergulho-me nas lembranças que minha

natureza guardou de memórias pretéritas do

tempo em que o templo celestial enfeitava meu teto:

- Eu era guiado pelas estrelas. Mas, hoje, sou apenas

um vagalume no espaço a vagar [...]

Refletindo com Auguste Comte

Somos filhos desta Nação

e não a escolhemos;

Assim como não escolhemos

a nossa existência,

Mas, sim, nos aperfeiçoamos

ao que ela é.

Transformamos esta flor delicada

no que há de mais forte:

Somos a ponta do aço

de uma flecha quebrada [...]

E dentre tantas Regras e Obrigações

que devemos cumprir,

O nosso maior Direito

é cumprir com o nosso Dever!

Fusão filosófica da dialética: mobilismo, taoismo, e iluminismo

"É sábio escutar não a mim, mas o meu discurso" - Heráclito

__ Todos tem algo a dizer. E por mais que haja diferenças ideológicas e vaidades pessoais entre o ouvinte e o locutor - será graças a este conflito de ideias que o mundo alcançará a sua evolução. Sendo a guerra considerada a mãe e o princípio de todas as coisas - o FOGO deverá ser eterno, pois as chamas se acendem e se apagam pela mesma medida; tal medida será determinada pelo Logos - ou seja - a razão criadora e unificadora das tensões opostas - a razão-discurso - arte pela qual o homem racional atinge seu objetivo: ser um homem diferente daquele que o viveu ontem. 

É válido ouvir a tudo. Como dizia o provérbio Chinês "a palavra é prata, e o silêncio é ouro". Nesta mesma linha, disse Voltaire "Posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lá." - No final, a maior verdade é que o silêncio produz mais que a ciência, pois em silêncio ouvimos o que há de oculto no universo de cada palavra e, de certa forma, adentramos à mente do douto orador adversário.

A dialética transforma, sim, concordo; mas para que sua ideia prevaleça sobre as demais conflituosas ideologias é fundamental Ouvir (...)
__ A Priori, Ouça; e com uma reflexão atingirá uma resposta. A Posteriori, Fale; e com uma palavra atingirá a vitória.

Visões

Para termos o passado em nossas mãos, basta fecharmos os olhos para revivermos nossas missões. Entretanto, o que mais perturba os homens é a falta da visão do futuro; pois este só é visto com os olhos da alma.

Aquele que vive do passado, o futuro não o pertence; aquele que vive do presente, do passado nada aprendeu, por isso, vive como se o futuro não existisse. No entanto, aquele que vive pelo futuro, conhece muito bem o seu passado e trabalha o seu presente com objetivo de alcançar o seu futuro.

Vencer a si mesmo

Vencer o seu oponente é muito fácil. Quando em dificuldade, na batalha franca, é possível usar de artifícios e engodos para leva-lo ao erro, expondo suas fraquezas e o tornando alvo fácil para o ataque derradeiro.

Muito embora, vencer a si mesmo é um desafio complexo. Quando nos deparamos com as dificuldades não temos outra escolha senão supera-las. E o meio lícito empregado para atingir o fim desejado (a vitória) será crucial para nos afirmarmos como pessoas dignas do mérito de auto superação.

A transparência não nos deixa dúvidas para afirmarmos que o nosso maior inimigo é a nossa própria consciência - mãe de nossa razão e ignorância. Podemos enganar a nossa consciência? digo que podemos enganar a quem nos observa enquanto lutamos e vencemos a nossa ignorância fraudando a nossa honra. Mas no final, subsiste o remorso. E este nos ataca tão feroz quanto a nossa ignorância primitiva. Nos enfraquece e subjuga-nos entregando a nossa vida ao abismo das sombras: morada das aparências! 

Orgulho e Ingratidão

O orgulho é a razão pela a qual as pessoas se tornam ingratas. Ajudar o próximo é uma atitude nobre que edifica o interior de quem opera. Entretanto, não devemos esperar nada em troca; pois o ser humano em suas várias faces, em meio as dificuldades que o fere, ocultará facilmente o seu lado orgulhoso!

E no final, após ter sido agraciado, ele estará pronto para dizer que conseguiu tudo sozinho, afirmando que àquele que o ajudou não passou de um objeto usado para que ele pudesse atingir o seu fim: sair da lama! 

Ciência divina

Haverá um dia em que os cientistas compreenderão que suas certezas não passam de meras suposições, achismos e que, a verdade sobre a criação e a evolução do universo, não passam de dogmas que fogem da nossa razão coletiva, figurando apenas no campo da imaginação. 

Penso, logo existo - talvez esta seja a resposta científica mais próxima de todas as certezas do universo; a filosofia nos liberta daquilo que a ciência aprisiona com suas falácias - próprias de homens que brincam de criar o que já está criado.

A raiz - o princípio da vida de um guerreiro

Sob o céu azul que derrama seus raios plácidos revigorantes ante a face do beligerante aguerrido jaz minha alma que tribula ante os tomentos das investiduras atrozes da consagrada raiz fomentadora de grandes paixões, glórias e tentações: a vida com seus desígnios tortuosos - longo caminho!

De peito aberto e com os pulmões inflamados pela inspiração idealizada, assim como esta flâmula que tremula em consonância à corrente que me chama ao encontro da razão do meu existir, carrego em meu coração todas as certezas dos amores e sentimentos que um homem de coragem há de ter quando bem guiado pela sublime grandeza do pensamento lapidado em prol ao progresso moral.

Quisera que este caminho fosse ainda mais difícil para que, antes visse o suor em minha face, houvesse o vermelho de meu sangue tingindo meu corpo durante o combate diário; nutrindo este solo com a vida daquele que almeja ter uma vida, nem que pra isso tenha que lutar até os últimos dias de sua vida.

Neste palco de ilusões marcadas por grandes decepções e alegorias encantadas que levam o homem desraigado do ideal verdadeiro à sucumbir perante a realidade penosa da vida, digo com proeza e maestria àqueles que marcham sem a proteção de uma bandeira e desorganizados como hordas bárbaras que atemorizam senão apenas pelo volume aparente: o mal do século é a solidão coletiva sustentada por corpos aglomerados, sem alma, sem ideal [...]

Destarte, um único homem poderá fazer de sua breve passagem nesta vida um grande marco na história. O silêncio acompanhado da amiga solidão, em harmonia com a viveza da juventude, faz daquele pequeno pensador um grande combatente; cuja missão deveras é a mais gloriosa, destinada aos poucos remanescentes da consagrada casa dos abençoados: LUTAR EM LUTA FRANCA, MUNIDO DE SEU IDEAL - PELA VERDADE E JUSTIÇA.

AVANTE - SEMPRE JUSTOS!

O SENHOR DA GUERRA

Quem deseja viver de glórias deve estar preparado para o campo de batalha! 

Sangue, 

a vida esta em suas veias e a decisão de viver ou morrer é sentenciada no momento em que avançamos com o escudo elevado e o gládio apontado e preparado para cortar a carne ou sucumbir ante as afrontas naturais que hão de surgir nesse cenário infernal.

Dez mil se levantarão contra sua felicidade, Cem mil cercará seus caminhos e se intitularão superiores a sua existência, por serem a maioria; mas você será apenas um contra todos!

O que seria tão virtuoso que ser apenas um? - um guerreiro, uma vida, uma glória, um caminho.

Marche com passos longos e passe por cima dos cadáveres da humanidade que se aglomeram para sustentarem-se em pé. Nós somos todos iguais, o que nos faz homens ou vermes, é a frente em que escolhemos lutar:  BEM ou MAL?

O mal não passa de um monte de desafortunados que se unem como bactérias em um corpo sem resistência, sem brilho; estão todos mortos, vivem apenas do que é podre!

VOCÊ TEME A DERROTA?

Um dia é mais que um simples dia; uma batalha, uma vida, uma vitória ou uma derrota - o que você deseja?

Temos apenas uma escolha, e devemos iniciar sabendo o que somos:

 Eu vivo pela glória e escolho a Batalha! 

Assim como a Fênix guerreira, morremos, renascemos e vivemos eternamente. A derrota nos mata, a vitória nos mata;  no final, todos nós morremos. E qual seria o grande triunfo dessa vida de eternos confrontos, glorias e ruínas senão morrer com honra?
JAMAIS DESISTA DA BATALHA!

 SEJA O SENHOR DA GUERRA - lute por você e pelo o que você ama; e na falta de amor, seja SANGUE e HONRA - viva por você e pelo seu futuro!

Lidere seu exército, solte suas forças! - Não há trevas que resistam ao nascer do sol. Após uma longa noite de confrontos haverá um amanhecer trazendo consigo a recompensa para o vencedor da batalha:

MAIS UM LONGO DIA DE TRABALHO!

Tempo para os estudos

Eu não tenho tempo para sonhar!

Na medida em que penso, ajo. Na medida em que ajo, dou vida ao início do fim em que devo chegar. 

E desta maneira, sigo: estudando [...]

Pretérito imperfeito

Pudera eu separar-me desta alma e viver do que restara de meu corpo, Sem que meus tormentos alimentassem o remorso que sinto dos meus pecados.

Quisera eu caminhar sem tropeçar nas dores pretéritas que guardo em minh'alma manchada de sangue, Mortificada e apedrejada pelo insidio esmorecedor. Que sobrara do que fui, ou, sou, senão o pó de meus ossos? 

Se até mesmo os vermes que bailavam sobre minhas vísceras me deixaram, preferível seria resumir-me ao Nada, sendo como aquele resto insignificante de cadáver humano que descansa em paz o seu perecer, sem alma, sem vida [...]

No calabouço deste mausoléu, vivo preso em minha morte. Ironia cultivada num passado, marcado por Vários assassinatos, cuja morte interpolada me fez  um condenado,
 A morrer eternamente permanecendo acordado.

Uma carta para solidão

Querida solidão,

Quando partistes me deixastes envolvido por trapos neste aposento frio e pulveroso.

Se outrora fostes minha fiel companheira nesta imensidão satisfeita pelo silêncio, agora me faço ouvinte de tudo aquilo que vós me calou do mundo por tempos incontáveis, nesta cláusula perpétua, em compaixão à conservação de meu espírito excepcional.

Decuriar pelos quatro cantos vazios deste insignificante templo da tribulação não me fara tê-la novamente. Sinto-me como um criança entorpecida por pensamentos pueris, reluzindo lembranças por mim quase esquecidas, que ferrem e ofuscam meus olhos opacos desavezados ao calor.

Amada solidão, não me tortura. Sei que ainda está por perto, posso sentir seu sopro gelado adentrando a ventana avivando-me de esperanças, enquanto a ti escrevo. Alerto-te para o mal que tens me feito nestes segundos de ausência, pois, em súplicas, rogo pelo seu regressar - sou mais um apaixonado mendigando sua atenção. Destarte - Imploro-te, não demore! Pois que noctívago seria eu, se perambulasse pelas noites desacompanhado de minha maldição?

A verdadeira luz

O que fazemos durante o dia é fruto da razão que alcançamos ao cair da noite. Toda grandeza das nossas realizações misturam-se as cores que tingem o universo social em face da verossimilhança entre os fatos de cada ser único que compõe as engrenagens da sociedade.

O brilho do sol apenas nos fornece imagens a priori existentes, aquilo que todos podem ver. Destarte, as grandes almas são agraciadas com o manto negro da noite que envolve a imensidão e atemoriza os espíritos langorosos.

 O homem comum teme aquilo que não pode ver, mas o homem racional enxerga além das paredes que o cerca e mergulha nas profundezas do seu âmago; faz uso da escuridão para refletir e conhecer a dimensão da sua luz - o seu verdadeiro potencial!

Compilações existenciais

Te vejo,

Tão distante quanto vazia,

Efígie sem valor,

Mulher de passos longos.

Fatal aos olhos pérfidos

que saciam da carne,

Sem amor - sem ideal,

Sorte em comum!

Sutil como dinheiro,

Vale ouro em hora certa,

Avareza senhorial,

Sem fragrância - Sem essência.

De certa forma é conduzida,

Não conduz - apenas seduz,

Inibe a cólera voraz,

Se arruma e sai [...]

Flutua em nuvens negras,

Brancas como sua roupa

ortodoxa do senado romano,

Apunhala e sente prazer

 A ti nada vale - e poderia ?

Por quanto vende sua honra?

Se faz assim - sem pudor,

Muito prazer, meretriz.