segunda-feira, 30 de setembro de 2013

RECORDAÇÃO



Enquanto as águas rolam lá fora
Regando as rosas do meu jardim
Em lágrimas inundo meu coração
Anelando que a minha tristeza
Traga de volta o meu doce botão
Que numa bela manhã ensolarada 
Resolveu desabrochar para o céu
Criou asas e voou para eternidade
Deixando-me como sua lembrança
As profundas marcas da sua raiz
No fundo do meu Jardim Pulsante
Quisera eu ser um alegre beija-flor
Para que eu pudesse te-la beijado
No instante do seu desabrochar
Quisera eu voar como um beija-flor
Para adora-la como uma estrela
Na imensidão vazia do firmamento
Infeliz é o destino de um jardineiro
Que com maestria cultiva as rosas
Para serem roubadas por aventureiros
Pois delas não conhecem o valor sublime
Por isso usufruem apenas do seu perfume
Que alucina o extinto da fera desalmada
Ávida pelo calor da efêmera paixão
Àquela que arde por um único instante
Enquanto tudo que cultivei em uma Estação
Fora o suficiente para enraizar em meu peito
O verdadeiro sentimento de um homem
Que trancado neste quarto
PERGUNTA:
Porque permitiu que a tirassem de mim?
Sinto que tinhas vergonha do que sou
Pois o que sou? um simples obreiro
Entre os arquitetos? um pobre pedreiro
Nascido para amar - e não ser amado
E por isso sofro
Como um pássaro engaiolado
Que de longe pode vê-la
Murchando no lado esquerdo
Do bolso do seu amado
Quando em outrora
Fostes a mais bela Rosa 
Que enfeitou o lado esquerdo
Do meu nobre coração

Minha triste recordação (...)

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