segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Ilha da solidão




É nessa solidão que atraco meu navio,
tripulado apenas da minha existência.

Cansado de alçar velas rumo ao horizonte
incerto,
Desembarco nesta imensidão de areia e sal,
Onde dunas se transformam em castelos
quando espalhadas pela brisa do mar.

De pés descalços - sigo em frente
e fazendo rastros.

Dentre tantas descobertas mundo à fora,
Dentre tantos encantos e estradas que segui,
Jamais encontrei a razão para ali permanecer,
Este não era o meu destino,
Aquelas marcas profundas no solo
não eram minha identidade,
elas não me levavam em direção da grande Luz
que me chamava.

Hoje, olho para trás - em meio a longa distância
que já percorri, não mais vejo a praia e suas ondas
escaldantes que borbulham junto ao velho rochedo,
Enxergo apenas as medidas simétricas
de meus passos gravados nas areias salgadas.

Rumo ao futuro que brilha neste horizonte
deslumbrante - que enfeitiça meus sentidos e me faz
caminhar, caminhar e caminhar (...)

Hoje percebo quão grande é minha missão,
Encontrei a paz ao elevar minha cabeça as alturas,
Mergulhei nas águas profundas da minha ignorância,
Busquei chaves raras capazes de abrir o grande
baú do conhecimento  que estava enterrado
em meu coração.

De peito aberto, voltei à superfície,
E iluminado pela liberdade, 
Encontrei minha nação,
Em um lugar isolado,
Na Ilha da Solidão!

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